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BURN THE PEOPLE OUT é muito diferente de BURNOUT?

A pandemia está aí a mais de um ano, e com ela tudo o que já era sensível bate com ainda mais força em nossas portas - atualmente nos deixando a maior parte do tempo dentro de nossos lares.

Em tempos de confinamento, quantos profissionais você conhece que se sentem desamparados? E isso tem um impacto gigantesco no rendimento de qualquer um deles, tenho certeza.

Mal temos contato (por motivos óbvios), nos vemos por câmeras - e olha que sei de muitas pessoas que só ligam a câmera por serem exigidas pela gestão, inclusive (o que particularmente acho péssimo: o gestor ou colegas nem se preocupam em saber se a pessoa está bem, mas exige que a câmera seja ligada para garantir que a ‘atenção’ e participação efetiva), independente de ser dentro do horário ou em reuniões/ligações não programadas. Pouco falamos sobre nós, pouco se pergunta sobre o outro, e na verdade: pouco se quer saber sobre o outro muitas vezes.

O que tenho visto na maioria dos meus amigos e conhecidos é o mesmo padrão: estão trabalhando ainda mais do que antes, mal fazem pausas, não se para pro almoço, banheiro então é quando está perto de explodir, não se cumpre horário - não existe fim de expediente. Ninguém diz NÃO para demandas fora de horário, reuniões não planejadas, solicitações de um dia para o outro. Não se tem limite. E ninguém está ganhando mais pra isso, aliás se ganham alguma coisa é mais trabalho, pois é assim que funciona: você demonstra que consegue cumprir mais, fazer mais, entregar mais, ficar até mais tarde, começar mais cedo, e mais carga é colocada sobre você (sabe aquele carro que tem um porta-malas grande e você vai entupindo de coisa até o carro pesar e quase não conseguir subir uma ladeira? Vão se arrastando, as x pifam, vão mais lentamente mas chegam...Pois é, as pessoas se transformam nisso, sem perceber). E além disso tudo existe a vida pessoal, a família, a casa, o mercado, o pet… que ficam pra ‘hora que der’. As necessidades pessoais se tornam a segunda prioridade, muitas vezes até terceira, as pessoas ficam em segundo plano, e isso acontece muitas vezes sem perceber, mas são escolhas feitas diariamente, decisões.

A síndrome de burnout é um esgotamento, uma evolução de quadros de estresse, resultado dessa falta de limites, dessa confusão criada pela falta de organização, descontrole sobre horários, emaranhado de sentimentos causados pela mistura de sensações e emoções causadas por toda a permissibilidade que acaba sendo causada dentro de cada ‘sim’ que é dito, vemos claramente o aumento dessas estafas ao longo desse período de isolamento social e home office sem limites.

Quando começamos a fazer trabalho remoto, logo pensei em uma linda oportunidade de flexibilidade, maior chance de adaptar atividades pessoais com a jornada de trabalho, das entregas, conseguir ajustar minhas responsabilidades de casa, enfim, fazer o que desse sem precisar pegar tanto trânsito, encontrar gaps na agenda para ajustar isso, dar aquele pulinho no banco, passar na farmácia, ir ao médico, resolver coisas que demandaria uma logística toda programada antes, enfim eu vi uma chance de facilitar a administração de muitas coisas mesmo durante o isolamento, mas o reflexo que tenho visto na vida de muitas pessoas próximas e também nas estatísticas é: o desenvolvimento de uma relação abusiva com o trabalho, criando vários gatilhos para problemas psicológicos e emocionais. Não é notório ao longo da evolução dos casos, mas sim quando se percebe o ápice, a crise: quando você pifa.

Tudo isso está atrelado, falando mais uma vez sobre o ‘relacionamento abusivo com o trabalho’, ao fato da valorização da insegurança e esquecimento da valorização profissional. Perguntando às pessoas sobre o ambiente de trabalho hoje você vai ouvir muito mais sobre o medo de serem mandadas embora em um momento como esse do que sobre o cuidado que a organização passou a ter com ela.

Um dos grandes problemas disso tudo é que as organizações esquecem que o adoecer de um profissional é o adoecer da organização, e muitas preferem perder essas pessoas à investir em ações preventivas, de cuidado com o que realmente importa: as pessoas.

Qual a sua percepção sobre isso? Você tem visto isso acontecer? Conta pra mim...




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